O uso de computadores na educação é um tema que ganhou espaço nas últimas décadas e principalmente nos últimos anos com a crescente presença dos computadores na sociedade.
O elemento que faz com que o computador execute suas ações é o programa de computador. Um programa pode ser definido como um conjunto de ações executadas de maneira ordenada e lógica para resolver um problema. Sendo assim programas de computador são criados para resolver problemas. “Esse processo de criação se constrói por meio de modelos de algoritmos. O pensamento computacional engloba também técnicas para construção de algoritmos, o que na realidade são técnicas de solução de problemas, que podem ser aplicadas em diferentes contextos.” (RIBEIRO et al, 2020 p.17)
Seymour Papert, do Massachusetts Institute of Technology, foi o pioneiro em uma técnica que chamou de “pensamento procedimental” (Papert, 1980). Usando o pensamento procedimental, Papert teve como objetivo fornecer aos alunos um método para a solução de problemas usando computadores como ferramentas. A ideia era que os alunos aprendessem a criar soluções algorítmicas que um computador pudesse realizar; para isso, ele usou a linguagem de programação Logo, onde o programa usava uma tartaruga na tela para realizar traçados por meio de comandos (primeiramente esta tartaruga foi um dispositivo físico).
O termo pensamento computacional foi utilizado em um artigo de Jeannete Wing, em 2006 onde a autora afirma que o pensamento computacional pode ser usado não somente na solução de problemas computacionais mas também em outras esferas. Wing defende que o pensamento computacional é uma habilidade fundamental e que deveríamos incluí-la nas atividades escolares. O pensamento computacional desenvolve a capacidade de abstração, o reconhecimento de padrões, a apresentação de problemas de novas maneiras e a divisão de um problema maior em partes menores. (RAABE et al, 2020).
Aprender a programar deve ser importante para qualquer pessoa, independentemente de trabalhar com computação ou não, porque o objetivo final é capacitar todos para serem capazes não apenas de resolver um problema, mas também de incorporar um computador em uma solução para realizar a tarefa de forma mais rápida e eficiente. Aprender a programar pode ajudar as crianças a desenvolverem o raciocínio lógico e também auxiliar no aprendizado de outras disciplinas. Além disso o aprendizado de programação pode ser uma porta a muitas profissões no futuro, já que os programas de computador estão presentes em todas as atividades humanas e modificaram o mercado profissional.
Mesmo que uma pessoa não desenvolva uma carreira na área de programação, o pensamento computacional ainda tem lições importantes. Mesmo que uma pessoa não se torne um programador profissional, provavelmente encontrará programação de alguma forma.
O uso de conceitos, métodos e ferramentas computacionais estão transformando conduta de várias disciplinas, profissões e setores. Alguém com a habilidade de usar a computação com eficácia teria uma vantagem sobre alguém sem. O pensamento computacional será uma habilidade fundamental tanto como ler e escrever usada no mundo no futuro próximo. (BEECHER, 2017)
Diversos grupos acadêmicos e entidades defendem formas de introduzir o pensamento computacional na educação. Uma delas é o CIEB, Centro de Inovação para a Educação Brasileira. O CIEB apresenta um currículo de tecnologia e computação para ser usado na educação básica alinhado com a Base Nacional Comum Curricular – BNCC. Este currículo é organizado em três eixos – cultura digital, pensamento computacional e tecnologia digital. As habilidades propostas estão associadas às competências gerais da BNCC
Referências bibliográficas
BEECHER, K. Computational Thinking, A beginner’s guide to problem – solving and programming. BCS Learning & Development Ltd. Swindon, UK. 2017